🔴 CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM JUNHO – ASSISTA AGORA

Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza

Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos

14 de junho de 2022
6:22 - atualizado às 6:30
Jerome Powell detonando uma bomba contra a inflação
Na Super Quarta, expectativas concentram-se na fala de Powell depois da decisão do Fed. Imagem: Montagem Andrei Morais / Divulgação Federal Reserve / Papa-Léguas

Ainda precisamos sobreviver a mais um desafio antes de encerrarmos o primeiro semestre de 2022. A Super Quarta, dia em que contamos com o resultado das reuniões de política monetária do Brasil e dos EUA, está marcada para amanhã, dia 15 de junho.

Naturalmente, como temos conversado, a inflação e o processo de aperto monetário (contração de liquidez por parte dos Bancos Centrais) têm sido os principais temas de 2022 e devem continuar sendo.

Como da última vez, teremos dois jogos a serem disputados amanhã.

Dois jogos em disputa na Super Quarta

O primeiro é o fruto da reunião em si; isto é, as deliberações práticas resultantes dos dois encontros. Já o segundo se trata do comunicado que acompanhará cada decisão. Enquanto o primeiro já está relativamente bem precificado, o segundo é a grande dúvida do mercado.

Na semana passada, o Brasil e os EUA reportaram seus respectivos índices de preços ao consumidor. No caso brasileiro, diferentemente do que aconteceu com os americanos, a inflação recuou, mas ainda está em dois dígitos.

Vai levar um tempo para que consigamos trazer de volta este índice para a meta do Conselho Monetário Nacional.

Leia Também

Brasil está em fase adiantada do aperto monetário

Uma coisa boa, porém, é que já estamos bem adiantados no processo de ajuste monetário a ser conduzido, o que nos permite sermos até mais comedidos em termos de reação ao que pode acontecer.

A seguir, separei um gráfico com a inflação brasileira de preços livres e administrados. Note como, apesar do recente recuo, muito por conta dos preços de energia, que entraram na bandeira tarifária verde recentemente, ainda estamos com patamares muito elevados de inflação — o dado cheio acumula alta de 11,73% em 12 meses.

Assim sendo, para combater este processo inflacionário, o Comitê de Política Monetária deverá elevar em mais 50 pontos-base a taxa básica de juros, colocando a Selic em 13,25% ao ano. Este ajuste foi bem precificado pelo mercado desde o último encontro do Bacen.

O pulo do gato do BC

A dúvida fica por conta do comunicado que acompanha a decisão. 

Aí é onde está o pulo do gato. 

A minha interpretação é que o BC tem toda a abertura para contratar mais uma alta para a próxima reunião marcada para os dias 2 e 3 de agosto.

Ele pode fazer isso desacelerando o tom, como fez da última vez, indicando mais um ajuste de menor magnitude, o que resultaria em uma alta da Selic de 25 pontos-base para 13,50% em agosto.

Ou ainda poderia deixar a janela aberta, considerando a incerteza do cenário doméstico (questão fiscal, eleitoral e dos combustíveis) e internacional (desaceleração global, risco de recessão, lockdown na China, quebra na cadeia de suprimentos, crise energética na Europa e guerra na Ucrânia).

Neste caso, poderíamos ter mais um ajuste de mesma magnitude, encerrando o ciclo com Selic terminal de 13,75% ao ano.

Este é meu cenário base: um ajuste de 50 bps em junho e outro de 25 ou 50 bps em agosto.

Eventuais choques para cima poderão estressar ainda mais o mercado — a taxa de desocupação, apesar de alta, já está voltando para o single digit (estima-se que quando a taxa de desocupação está entre 9% e 10%, o mercado de trabalho já não é mais desinflacionário).

Em outras palavras, a situação brasileira não é das mais simples, mas pelo menos estamos no final do ciclo de aperto. Depois de alcançarmos o topo, poderemos ver discussões sobre queda dos juros, o que poderá ajudar o ambiente no qual ativos brasileiros estão inseridos.

Aperto monetário nos EUA está apenas começando

Nos EUA, por outro lado, o debate sobre o aperto monetário só está começando.

No indicador de inflação apresentado na semana passada, os investidores se surpreenderam com preços que voltaram a acelerar na comparação anual para seu nível mais alto desde 1981, subindo 8,6% em relação ao ano anterior.

Agora, há uma preocupação de que os EUA possam ver uma repetição da década de 1970, quando a taxa de inflação atingiu a média de 7,1% por uma década inteira, devastando as finanças domésticas e a economia.

As razões para o aumento dos preços são bem conhecidas: interrupções na cadeia de suprimentos por conta da pandemia de Covid-19 levaram à escassez de mercadorias.

Além disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia atingiu o fornecimento de commodities essenciais, enquanto, ao mesmo tempo, o governo canalizava trilhões de dólares em ajuda diretamente para consumidores e empresas.

Com isso, uma parte dos investidores voltou a esperar aumento de 75 pontos-base na reunião de quarta-feira, diferentemente da expectativa quase unânime do que foi contratado anteriormente em 50 pontos-base.

A dúvida é o quanto tempo durará esse doloroso surto de inflação alta e qual, se houver, será seu impacto duradouro.

O que Powell vai dizer?

A discussão deverá ficar por conta do tom de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, na entrevista coletiva depois da apresentação da decisão na quarta-feira.

Diante do contexto de maior pressão inflacionária, o dirigente da autoridade monetária deverá engrossar o tom, sinalizando apertos adicionais para os próximos meses. As correções nos últimos dias nas Bolsas globais refletem justamente a precificação deste movimento.

O Fed precisa jogar a economia americana para a recessão se quiser controlar a inflação.

Não espere moleza

Por isso, meu cenário base é de um ajuste de 50 pontos base nesta reunião (não acredito em alta de 75 pontos-base), levando a taxa de referência para a faixa entre 1,25% e 1,50% ao ano.

Adicionalmente, novos ajustes de mesma intensidade deverão ser contratados para as próximas reuniões. Surpresas negativas poderão pressionar ainda mais os mercados.

O mundo deverá continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos. Uma desaceleração e, eventualmente, uma recessão são partes naturais deste ciclo que se encerra agora.

Não espere moleza na semana de Corpus Christi.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NOVIDADE NO PIX

Pix Automático vem aí: Banco Central lança nova funcionalidade, que pode substituir débito automático e cartão de crédito; veja como vai funcionar

4 de junho de 2025 - 10:16

A nova função vai ao ar no próximo dia 16 e promete facilitar pagamentos de contas como academia, condomínio e assinaturas de streaming

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje

4 de junho de 2025 - 8:13

Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira

RECONHECIMENTO E COBRANÇA

FMI melhora projeção para de crescimento do Brasil em 2025, mas faz um alerta para Lula

3 de junho de 2025 - 17:45

Fundo Monetário Internacional vê economia resiliente e elogia avanços fiscais, mas cobra mais ambição no controle das contas públicas

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) volta aos US$ 106 mil com dados de emprego nos EUA e ‘TACO Trade’, mas saques em ETFs acendem alerta

3 de junho de 2025 - 14:37

Criptomoedas sobem com dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, mas saques em ETFs revelam fragilidade do rali em meio às tensões comerciais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje

3 de junho de 2025 - 8:15

Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF

Insights Assimétricos

Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente

3 de junho de 2025 - 6:05

Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico

COM EMOÇÃO

Tem que aumentar mais: o que pensam os economistas que esperam mais uma elevação da Selic pelo Copom, para uma taxa terminal de 15% ao ano? 

2 de junho de 2025 - 9:03

O comitê deixou o cenário em aberto na última reunião e agora o mercado está dividido entre os que esperam a manutenção dos juros e os que projetam um aumento residual de 0,25 p.p.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje

2 de junho de 2025 - 8:23

Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Política monetária na Europa, Powell, Livro Bege e Payroll; confira os indicadores mais importantes da semana

2 de junho de 2025 - 7:03

Além dos indicadores de peso nos Estados Unidos e na Europa, investidores brasileiros devem acompanhar de perto o IPC-Fipe, o IGP-DI e a balança comercial

POUCO ABAIXO DO ESPERADO

Agro reassume protagonismo e PIB brasileiro reacelera no primeiro trimestre de 2025

30 de maio de 2025 - 11:27

O PIB do Brasil nos primeiros três meses de 2025 totalizou R$ 3 trilhões, de acordo com dados divulgados hoje pelo IBGE

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA

30 de maio de 2025 - 8:07

Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)

AS TARIFAS CONTINUAM

Casa Branca leva a melhor: justiça dos EUA suspende decisão que barrava tarifas de Trump; governo ganha tempo para reverter sentença

29 de maio de 2025 - 18:42

Corte de Apelações suspende liminar que derrubava tarifas impostas por Trump; ações são unificadas e prazo para novas manifestações jurídicas vai até 9 de junho

SD ENTREVISTA

Se o PIB surpreender, será para cima (de novo), diz economista-chefe do Inter; o que esperar dos números da economia no 1º trimestre

29 de maio de 2025 - 18:09

Economistas têm revisado para cima as projeções para o PIB do Brasil no primeiro trimestre de 2025, mas a surpresa pode ser ainda maior

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil

29 de maio de 2025 - 8:17

Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas

MUDANÇAS NO BALANÇO

Entenda a resolução do BC que estremeceu as provisões dos bancos e custou ao Banco do Brasil (BBAS3) quase R$ 1 bilhão no resultado do 1T25

29 de maio de 2025 - 6:08

Espelhada em padrões internacionais, a resolução 4.966 requer dos bancos uma abordagem mais preventiva e proativa contra calotes. Saiba como isso afetou os resultados dos bancões e derrubou as ações do Banco do Brasil na B3

EFEITO TRUMP

Na dúvida, fica como está: ata do Fed indica preocupação com as possíveis consequências das tarifas de Trump 

28 de maio de 2025 - 16:36

A decisão pela manutenção das taxas de juros passou pelo dilema entre derrubar a atividade econômica e o risco de aumento de inflação pelas tarifas

CRIPTO HOJE

O ciclo de alta acabou? Bitcoin (BTC) recua para US$ 107 mil, e mercado de criptomoedas entra em modo de correção

28 de maio de 2025 - 16:20

Bitcoin recua após alta de quase 50% em menos de dois meses, altcoins desabam e mercado entra em correção — mas analistas ainda veem espaço para valorização

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul

28 de maio de 2025 - 8:09

No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master

NEGOCIAÇÃO BILIONÁRIA

BTG Pactual (BPAC11) compra R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro, e recursos serão usados para capitalizar o Banco Master

27 de maio de 2025 - 19:48

Operação faz parte do processo da venda do Master para o BRB e inclui a compra de participações na Light (LIGT3) e no Méliuz (CASH3)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não dá mais para adiar: Ibovespa repercute IPCA-15 enquanto mudanças no IOF seguem causando tensão

27 de maio de 2025 - 8:17

Bolsas de Nova York voltam de feriado ainda reagindo ao mais recente recuo de Trump na guerra comercial

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar